Como todo início de ciclo, a adaptação escolar na prática é um marco na vida dos pais, das crianças e dos professores. Apesar de sermos seres adaptativos, levando em consideração as minhas experiências dentro do ambiente escolar, esse processo pode ser uma libertação ou um aprisionamento.
As crianças são inseridas no ambiente escolar ainda muito pequenas, afinal o mundo continua em constante movimento e ficar parado não é uma opção, principalmente quando nos referimos ao mercado de trabalho, que tem um impacto absurdo na dinâmica do dia a dia de muitas famílias.
A adaptação escolar na prática, para a família não é uma tarefa nada fácil, afinal, entregar o maior tesouro da sua vida em mãos desconhecidas é algo extremamente desconfortável, mas é preciso trabalhar internamente esse processo de aceitação do crescimento dos filhos.
Me conte, e seja bem sincero(a): que família está preparada para que o passarinho voe tão cedo do ninho? Acho que a resposta é mais do que clara: NENHUMA! E até o final da vida nunca estão, ninguém nasce preparado para aceitar esse tipo de processo, mas é um crescimento necessário e no fim das contas os passarinhos vão visitar o ninho e trarão novos passarinhos.
Lidar com trabalho, chefes, cobranças, dia a dia da casa e ainda passar por esse momento delicado é uma tarefa para heróis, digo isso porque com as vivências em sala de aula fui observando as famílias e suas necessidades, olhando para cada mãe e pai de uma forma muito particular e descobri que todos estão cheios de expectativas, para esse momento de adaptação escolar na prática. Ficam ansiosos, perdem o sono e se questionam sobre esse processo que pode frustrar suas expectativas.
Os primeiros dias são os mais intensos e decisivos. Algumas crianças choram muito, outras vão chorar após uma semana e existem aquelas que não choram, mas externam através de seus comportamentos a insatisfação pelo processo.
Alguns passos são muito importantes nessa trajetória e saber que os pais e as mãe não estão sozinhos nessa missão é muito reconfortante, por isso estou aqui para dar algumas dicas muito especiais e compartilhar com você as minhas experiências em sala de aula durante a adaptação escolar na prática, para que esse momento seja leve!
1. Criar expectativas pode machucar intensamente o seu coração, durante a adaptação escolar na prática!
Quando criamos expectativas sobre os acontecimentos, facilmente nos frustramos, afinal as expectativas estão diretamente relacionadas ao poder de controle que nós não temos sobre as pessoas e sobre a vida, dessa forma, quando os planos não são alcançados como desejado é muito comum nos sentimos sem chão. Além da facilidade em se frustrar, as expectativas geram muita ansiedade, fazendo com que os pais percam o sono, além de ficarem alimentando negativamente questionamentos em busca de respostas que só serão compreendidas com o tempo.
Estar no controle das situações é muito bom, afinal quando estamos no controle não precisamos nos esforçar tanto, mas a minha dica é que as expectativas não sejam criadas com tanta intensidade e que os dias sejam vividos um por vez, respeitando o processo de cada ser humano, que nesse momento vai se adaptar a uma nova realidade.
2. Aceite o tempo e os processos, pois adaptar-se exige muito esforço!
Aceitar o choro, os gritos e até mesmo os pedidos dos filhos em frente a sala de aula é quase que partir o coração em milhões de pedaços, principalmente quando a professora fala a famosa frase “agora você já pode ir, mamãe/papai!”. Partia meu coração ver os olhos dos(as) pais/mães marejados, as caminhadas com as cabeças baixas rumo ao portão de saída e a sensação vazia que ficava no coração das crianças com aquela cena, realmente não é nada fácil, por isso não se culpe por chorar escondido(a), por aceitar que essa dor é sua e por precisar de colo, assim como os seus filhos precisam do seu.
O tempo é realmente muito preciso e aceitar que o processo de adaptação escolar na prática é individual para cada um, traz uma sensação de angústia, até porque novamente estamos nos sabotando acreditando que temos o controle sobre todas as coisas, mas definitivamente nós somos meros mortais e não controlamos nada e nem ninguém. Nesse momento passe a aceitar, se conecte com você, olhe para esse vazio que ficou aí dentro e cuide dele, até porque essa dor é mais sua do que do(a) seu(sua) filho(a) que ficou na escola e você precisa desse autocuidado.
3. Converse, acolha e leve o(a) seu(sua) filho(a) à escola, mesmo que a sua vontade seja colocá-lo(a) em um casulo!
Romper laços físicos, mesmo que temporariamente, é muito doloroso para ambos dos lados, mas se formos parar para pensar rompemos laços físicos o tempo e essas ligações passam a fazer sentido com o tempo, mesmo que a pessoa amada não esteja sempre ao seu lado, colada com você. As crianças estão aprendendo sobre a vida, sobre os laços, sobre as relações e sobre o mundo, por isso é preciso ter muita paciência. Dar colo, abraços longos e apertados, estar presente, faz parte do processo de adaptação, pois assim como você deve acolher a sua dor, o(a) seu(sua) filho(a) precisa de acolhimento.
Ao chegar no portão da escola para buscá-lo(a) agache no chão, de um abraço apertado e longo, olhe nos olhos dele(a) e fale “Eu te amo! Como é bom estar com você de novo!”, demonstre a importância, acolha com amor e no dia seguinte leve-o(a) à escola e viva esse processo novamente, sem cobranças, sem culpa, apenas vivendo um dia de cada vez.
4. Peça orientação à professora, que será os seus olhos dentro do ambiente escolar!
A professora do(a) seu(sua) filho(a) será a sua ligação direta com a escola, a responsável que cuidará da sua criança durante todo o ano e manter um bom relacionamento é fundamental, isso não quer dizer que você precisa amá-la e paparicá-la o tempo todo, mas quer dizer que você precisa dar os primeiros 100% de confiança, que ao longo do tempo e dos acontecimentos podem ser reduzidos ou mantidos. A professora será a maior referência da criança no ambiente escolar, então, tudo que se diz respeito ao seu(sua) filho(a) deve ser comunicado a ela.
A adaptação escolar na prática não é um processo fácil, mas vivemos ela diariamente e sempre tiramos grandes aprendizados desses momentos. Viver um dia de cada vez, acolher o choro, pedir colo, fazem parte de um longo e incrível processo de que chama: maternidade/paternidade.
Coloque essas 4 dicas em prática e viva esse novo processo de crescimento na vida da sua criança. Desejo que seja um momento de desenvolvimento pessoal, saudável, cheio de aprendizados e muito amor.
Se você está se sentindo inseguro(a), não está conseguindo lidar com esse novo passo na vida do(a) seu(sua) filho(a), entre em contato e participe da mentoria para pais e faça parte de uma grande corrente de amor!
Lembre-se sempre: o futuro é incerto, mas você tem a chave para encaminhar o(a) seu(sua) filho(a) a um futuro de sucesso!
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Desejo que essa reflexão tenha transformado o seu olhar sobre a adaptação escolar na prática durante e as diferentes formas de passar por esse processo de um jeito mais leve!
Abraços de ternura!